domingo, 24 de junho de 2007

EROTICA.



Análise de um dos álbuns menos valorizados da história do pop mainstream mundial: Erotica.
Clique em Leia Mais para acessar a análise completa e o download do álbum.(by novo)
Sexo? Há. Tenho uma palavra pra você: EROTICA. E vem direto da minha maior incursão no lado mainstream da música, digo, do lado válido: Madonna. A Madonna, sabe? Aquela que ensinou a geração dos anos 90 que dar prazer é bom, que é bom tirar a roupa, que fazer sexo é bom, que sexo permite transgressões.


Capa originalmente planejada por Madonna. Infelizmente, a Warner acreditou ser deveras sexual e recusou a idéia.

20 de outubro de 1992: EROTICA é posto a venda. Álbum conceitual que explora o sexo e tudo que o envolve, Madonna apresenta influências de jazz, hip-hop, club music. Me pergunto como que demorei tanto pra descobrir o EROTICA, o que possivelmente responde esse questionamento é que o EROTICA é o álbum menos valorizado da rainha do pop. Não só pelo fato de explorar sexo abertamente, falar de sexo oral, homossexualidade e safadezas sexuais em geral, mas também pelo fato de ser o tipo de álbum que entra em campos nunca explorados de forma tão explícita em um meio mainstream, decididamente: medo do novo. E é a mesma “novofobia” que trouxe críticas tão duras ao EROTICA, o citaram como vazio e luxurioso. Discordo. O quinto de Madonna define sexo como transgressão (ela que ensinou!), e é isso que ela quis demonstrar. As amarras da época pós-surgimento da AIDS precisavam de alguém que as rompessem. Erotica incentiva (ou liberta) o despir-se, deitar na cama, aproveitar cada polegada e retirar todo o prazer sexual possível de tudo isso, sem, claro, sofrer.

Além de pregar o “do it”, Madonna explora nas letras, com auxílio de André Betts e Shep Pettibone, a liberdade de sair de relações, a covardia masculina. Incrível que no disco inteiro não há música que conecte o amor romântico ao sexo, notável! Mais um “ensinamento”: desatar o sexo do amor e vice-versa, colocar no lugar de amor, prazer físico e satisfação (E não, não o sexo que você se sente vazio após fazer, e sim o sexo que você fica suado, extasiado, respirando ofegante).



No aspecto musical propriamente dito, Madonna inova (ha, me conte uma novidade senhor escritor de resenhas)! Erotica foi considerado pela Rolling Stones, atualmente, como o ápice da sofisticação e melhor trabalho de Madonna (superando grandes como True Blue e Like a Virgin). Junto a crítica dividida e a sofisticação musical, o álbum, acompanhado do livro “Sex” lançado ao mesmo tempo, não começou muito bem suas vendas na época (mais uma prova de como o EROTICA é underrated). Porém, após um tempo para que o público fizesse a “digestão” do álbum, o single “EROTICA” atingiu o terceiro lugar de vendas nos EUA e no Reino Unido.

Toda a publicidade do álbum envolvia, obviamente, sexo e seus imaginários: o livro já citado, cards promocionais com fotos de Madonna incorporando uma dominatrix chamada Dita citada na homônima primeira faixa do disco, música a qual tem um clipe muito interessante: Madonna com toques BDSM (sigla para bondage & sadomasoquismo, sendo que bondage é um fetiche por amordação e tudo que envolve imobilização durante o sexo e sadomasoquismo tange o prazer sexual que vem através da dor durante o ato), fazendo tudo que tem direito com tudo (sim!) e todos.


Cards promocionais distribuidos à imprensa na época do lançamento do álbum.


Erotica rendeu seis singles: O já citado “EROTICA”.













“DEEPER AND DEEPER”,
música mais dance do álbum (Madonna aproveita algumas linhas do hit VOGUE nessa música). No clipe, Madonna aparece participando de uma festa em uma boate, no estilo Andy Warhol, atingiu o Top Ten nos EUA e UK.








“BAD GIRL”
alcançou o trigésimo sexto lugar no Billboard Hot 100, música mais "triste" do álbum.











“FEVER”,
cover da música de Eddie Cooley e Otis Blackwell, linda versão! Madonna faz muito bem quando canta “what a lovely way to burn...”, escalou as tabelas e chegou ao sexto lugar no Reino Unido.









“RAIN”,
música dita como metáfora à ejaculação, é uma das músicas com ritmo mais comportado do álbum, desacredito a alusão ao orgasmo masculino, RAIN muito mais demonstra uma música sobre limpar-se das dores e sofrimentos, ao invés do da comparação já mencionada. (catorze no Billboard Hot 100).







Por fim, “BYE BYE BABY”,
lançado exclusivamente na Austrália, Japão, Alemanha e Nova Zelândia, é o tipo de música que gruda nos ouvidos, “Bye bye baby bye bye / It's your turn to cry / This time we have to say goodbye / So say goodbye”. #15, #43, #15 respectivamente, na Austrália, Nova Zelândia e Japão.






Outras faixas indispensáveis são: Thief Of Hearts em que Madonna age como uma mulher numa posição dominante, e diz, no finzinho da música após quebrar uma garrafa: “STOP BITCH! Sit your ass down!”, Waiting em que ela envoca uma aura altamente sexual com a estrutura musical da faixa e fala versos super debochados e inesquecíveis como “Next time you wanna pussy, baby, ha, just look in the mirror, baby!”. Muito interessante a forma como ela usa duas aplicações da palavra PUSSY, como bo**** e como “tolo”, “covarde”.

Fato: não ouça perto de seus pais. Fato²: Em vinil é ainda mais... digamos... “gostoso”, pelo ritual que o vinil implica. Fato³: Se segure pra não babar no encarte, é simplesmente lindo e demonstra compulsivamente o conceito do álbum, tem até Madonna amordaçada. Ha! Ótima a velha, não se cansa do basfond, nunca.

(DOWNLOAD EROTICA HERE)

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